Romoaldo de Souza

Governo e oposição se mobilizam para votação de dezenas de vetos

Lula enche avião de assessores e retorna ao Rio Grande do Sul

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Romoaldo de Souza

Publicado em 04/05/2024 às 17:17
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O CHUMBO É GROSSO
Certamente, o Congresso Nacional - deputados e senadores reunidos - não terá tempo para analisar 32 vetos do presidente da República a projetos aprovados na Câmara e no Senado.

Mas a expectativa do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), é de votar, “a princípio, aqueles que são consensuais, para em seguida atacarmos os mais polêmicos”, como aquele que trata da saidinha de presos bem comportados.

Os congressistas votaram contra toda e qualquer saída, exceto para presidiários que estudem no ensino médio, em cursos superiores ou cursos técnicos, conforme emenda do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, barrou o fim da saidinha porque “contraria princípios constitucionais, como o da dignidade da pessoa humana, da individualização da pena e da obrigatoriedade do Estado em defender a família”.

MAS A MÃO JÁ FOI MOLHADA
Batendo recorde, o Planalto liberou R$ 4,9 bilhões de emendas parlamentares em um único dia. “Isso parece ser bom sinal”, repete um vice-líder governista que prefere não aparecer, “mas com certeza, vai ‘convencer’ muitos parlamentares a votarem com o governo.”

UM POÇO DE MÁGOA
Enquanto os Bolsonaros - pai, filhos e ex-primeira dama - ainda digerem decisão do Partido Liberal de apelar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que inocentou o senador Sérgio Moro, no PL, o presidente, Valdemar Costa Neto, reclama que o senador paranaense “disse cobras e lagartos” de Jair Bolsonaro, quando Moro deixou o Ministério da Justiça. “Isso a família não lembra”, reclamou.

A INGRATIDÃO DE LEITE
O dramaturgo francês Victor Hugo (1802-1885) disse certa vez em um dos seus ensaios matinais que “os infelizes são ingratos; isso faz parte da infelicidade deles”.

No Planalto, pode até ser que a equipe do presidente Lula da Silva (PT) não chegue a meditar o que disse Victor Hugo, mas eles não escondem uma pitada de mal-estar com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que fez cobranças diretas, por meio das redes sociais, “quando o canal com o Planalto sempre esteve aberto”, reclamou o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social. Leite queria pressa do Executivo Federal na liberação de recursos e no envio de apoio para resgates de famílias atingidas pelas enchentes.

Até o meio da tarde deste sábado (4), 57 pessoas tinha morrido, segundo a Defesa Civil. Os números atualizados apontam que são 67 desaparecidos e 74 feridos. 60% dos municípios do Rio Grande do Sul “foram afetados pela histórica enchente”.

COMITIVA RETORNA AO RS
Lula e mais nove ministros retornam ao Rio Grande do Sul neste domingo (5) para “acompanhar de perto as ações conjuntas” de resgate aos atingidos pelas enchentes.

O REFÚGIO DO CABOCLO SONHADOR
O poeta do Pajeú Maciel Melo me deu de presente, um ano atrás, “O Refúgio das Interrogações”, um livro de crônicas da Editora Imeph (2018). Coloquei o livro na fila das prioridades. Ontem acordei com saudades do sertão e, de uma tacada só, desvendei parte dos segredos desse “Caboclo Sonhador.”

“Fui tomar meu café pela manhã, e de repente comecei a ouvir ecos (…) Porque hoje é domingo e o dia tá saudoso”. Recomendo!

PENSE NISSO!
A relação do Congresso Nacional com o Poder Executivo, também chamado de Palácio do Planalto, está carecendo de “um leve reparo.” Mas nada que um cargo aqui uma emenda acolá não sejam suficientes para apaziguar os ânimos acirrados.

Mas ainda assim, ao menos nos últimos anos - nas recentes legislaturas - tem havido um hiato [quando duas vogais estão juntas, mas pertencem a sílabas diferentes]. São vogais, mas estão separadas.

Do Parlamento tem partido sinais de que o fosso que separa os 25 deputados federais e os três senadores e o Executivo estadual de Pernambuco está por merecer um certo conserto, para evitar que a fissura se alargue.

Pense nisso!


 

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